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A idéia era gravar um CD com bases e chamar alguns vocalistas pra cantar
A idéia despretensiosa cresceu! O encontro entre vários vocalistas aconteceu naturalmente, e o projeto de produzirem algum material juntos foi conseqüência de todo o contexto que se respira durante o período do Fórum.
Sem entrar no mérito do Fórum em si enquanto espaço político deliberativo, a Mixtape que essa galera produziu é um exemplo singelo de experiências que podem surgir a partir de um evento como o Fórum Social Mundial.
A cultura hip hop sempre teve força nas gravações de Mixtapes. Ultimamente, com as novas tecnologias facilitando o acesso a produção e mixagem de sons, elas têm sido ainda mais freqüentes, inclusive dentro de outros estilos musicais. Basta uma olhada rápida na Wikipédia, por exemplo, pra conhecer um pouco mais sobre o tema.
Para a Mixtape produzida durante o período do FSM, em Belém, foi decidido como tema central o “paraíso”. A idéia era que os cantores envolvidos escrevessem uma letra falando da sua visão do que seria o paraíso.
No total, foram seis vocalistas envolvidos no projeto: Simba Amlak, da Guiana (Inglesa), Bruno B.O., de Belém, Rick D., conexão São Carlos-Belém, Camafeu Tava e Macone Tafari, de Salvador, e o pequeno Lucas Kinte, de apenas 8 anos de idade, também de Salvador. Além deles, participaram também Tadeu Kahwage, Patrick de Figueiredo Biá Viana e Rafael Santos, que ficaram responsáveis pela mixagem e produção do som.
“Unir os irmãos pra realizar um trabalho coletivo”, esse é o objetivo do projeto nas palavras de Simba. O ambiente que possibilitou essa experiência foi um pequeno estúdio de ensaio e gravação no centro de Belém – o Studio 3 –, onde também funciona a loja de roupas Jah People, que serve de ponto de encontro para os amantes do reggae.
Para Patrick, proprietário do Studio 3 ao lado de Rafael, o mais importante no projeto é o intercâmbio cultural, que vai além das fronteiras do Fórum Social Mundial. “A importância do FSM está no que cada um leva pra si de tudo o que participou, sejam debates, palestras ou contato com as pessoas. Pois os governos não vão dar nenhuma resposta imediata mesmo”, declara ele, explicando que as reais respostas são as experiências que surgem dessas trocas culturais entre gente de lugares tão diversos.
Essa não é a primeira Mixtape de que Simba participa. Em 2008, junto com Sista
Marisa, Sista Dan, Lei di Dai, Jeru Banto, Victor Bhing I e Dacal, ele gravou a Mixtape volume I, que seguia mais ou menos os mesmos preceitos desse segundo projeto. Para conhecer as duas músicas, basta acessar o Ragga Productions
A trajetória de Simba na música reggae é não só extensa como bastante rica. Nascido na Guiana, Simba teve nos tios os primeiros “professores” de música. Mas ele conta que toda a família e a comunidade, inseridos na cultura rastafari, sempre tiveram a música muito presente nas reuniões. No entanto, inicialmente Simba só tocava instrumentos orgânicos, como tambores e flautas. Foi só aqui no Brasil, onde já está vivendo há 9 anos, que o músico passou a se dedicar a instrumentos elétricos.
Sua vinda ao Brasil se deu devido ao Congo Naia, uma fundação cultural da Guiana que reunia música, cultura, oficinas, danças, confecção de instrumentos, cultura afro, artesanato, etc. O grupo, formado por 12 pessoas, percorreu o país de Manaus a Porto Alegre fazendo inúmeras apresentações.
Hoje Simba continua na vida de viajante, mas em vez do grupo, quem o acompanha é a namorada Ricarda, que também chegou a integrar o Congo Naia durante a turnê. O casal já completou 9 anos de múltiplas viagens e projetos musicais. Depois de Belém, sua próxima parada seria em Santarém, de onde seguiriam para o Suriname e depois para Guiana.
Aqui vai uma recomendação nota 1000!!! Eu já ouvi (e ouço) muita coisa por aí e como não poderia deixar de acontecer, sempre tive minha vida trilhada pelo som de vários DJ’s. Ok, aqui vai a dica do DJ cujos trabalhos (com certeza) mais tocaram no meu CD e mp3 players: DJ DUBSTRONG. Há vários anos atrás conheci o trabalho deste versátil DJ numa noitada do rap e a partir de então comecei a acompanhar seus trabalhos. Suas mixtapes são simplesmente brilhantes e não importa que estilo seja... rap, dancehall, dub, ragga, new age, rock... o cara é muito versátil. E tudo com muito bom gosto e produção em alto nível. Dentre os trabalhos do Dubstrong, destaco a série de mixtapes denominadas “Uptown Skank” que já chegou ao volume 3 e também o grupo chamado Echo Sound System. Esse “lado” do nosso grande Pedrinho é o que ele mais aprecia: dancehall / ragga. Ouvimos em suas mixtapes desde clássicos como The Maytals até as últimas produções de peso de astros como Elephant Man, Sizzla ou Damian Marley e ainda faixas exclusivas com artistas do cenário nacional como Jimmy Luv, Arcanjo, Dada Yute, entre outros.
Ficou curioso?! Não vê a hora de ouvir isso tudo? Então segue os links para pesquisar, se informar das apresentações dele e ainda baixar os discos:
Salve, salve!!! Pra quem gosta de tattoos e arte, poderá também verificar um pouco de música. Saiu o ALMANAQUE BRASILEIRO DE TATUAGEM 2009 apresentando os trabalhos de diversos artistas, mas também contando com matérias sobre a webradio de rap Boomshot, o pessoal do Digitaldubs e seu trabalho (entre eles o riddim chamado Funk Milk Riddim, misturando o funk carioca com o dancehall do riddim jamaicano chamado Hot Milk), o grupo de rap paulistano Projeto Manada, uma matéria sobre Freestyle (rimas não decoradas em cima de beats aleatórios), além de uma entrevista com o MC Kamau e nosso camarada e tatuador Markone. Eu comprei e recomendo.
Editora Escala
Preço: R$ 19,90
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